Inseminação Intrauterina

A inseminação intrauterina envolve a deposição de espermatozoides purificados e móveis diretamente na cavidade uterina, sincronizada com a ovulação, em ciclo natural ou com estimulação ovariana. Existem diferentes protocolos para a realização desse procedimento, bem como diferentes métodos de acompanhamento do ciclo menstrual, do preparo do sêmem e da própria inseminação, apresentando variações nas taxas de sucesso.

A inseminação intrauterina é indicada, na vigência de fator cervical exclusivo, onde a mulher foi submetida à cirurgia no colo uterino ou fez cauterizações extensas com comprometimento na produção do muco. Em infertilidades sem causa aparente, a inseminação intrauterina pode ser o tratamento de escolha.

  O fator masculino com quantidades pouco diminuídas de espermatozoides e disfunções ejaculatórias por alterações anatômicas ou ejaculação retrógrada que obtenham números suficientes de espermatozoides recuperados também se beneficia da inseminação intrauterina.

 Outro ponto importante para a decisão do tratamento é o tempo de infertilidade do casal, pois quanto maior for a espera para engravidar menores serão as taxas de sucesso. Até 4 anos de tentativas a inseminação pode ser indicada, após esse período, a indicação será a fertilização in vitro.

O tratamento de inseminação intrauterina consiste na indução da ovulação, controle ecográfico dos folículos ovarianos, programação ovulatória, coleta e preparação do sêmem e a colocação desse material preparado diretamente dentro do útero.

A indução da ovulação é feita preferencialmente por medicações injetáveis, com doses baixas e aplicações diárias feitas pela própria paciente. O controle ecográfico dependerá do crescimento e da quantidade dos folículos. Quando o folículo atinge o diâmetro médio de 18 mm, administra-se a medicação para desencadear a ovulação, a qual ocorrerá 36 horas após o uso desse outro hormônio.

A colocação do sêmem preparado dentro do útero é feita através de um cateter plástico suave, acompanhado por ultrassonografia abdominal. O procedimento é indolor e a paciente permanece em repouso por 15 minutos para que a contratilidade do útero diminua.

A administração de progesterona micronizada após o procedimento é feita de rotina visando um suprimento adequado desse hormônio, pois é ele o responsável pela manutenção e evolução da gestação.

A inseminação intrauterina tem boas chances de sucesso para casais em que a mulher tenha menos de 35 anos, com duração da infertilidade menor que 4 anos, mínimo de 5 milhões de espermatozoides recuperados e com infertilidade inexplicável ou por fator cervical.