Endometriose Intestinal

A endometriose é uma doença causada pela presença de um tecido semelhante ao endométrio, não neoplásico, fora da cavidade uterina, conservando sua estrutura e função.

A endometriose intestinal acomete de 3 a 30 % de todas as mulheres com endometriose diagnosticada. Afeta principalmente o cólon sigmoide, reto, íleo terminal, apêndice e ceco.

Existem muitas teorias para explicar a etiologia da endometriose, como também para justificar as diferentes localizações dos focos endometrióticos. Os fragmentos endometriais implantados no intestino provocam extensas áreas de inflamação e fibrose, e por estarem sob- controle hormonal, podem crescer com as variações cíclicas do ciclo menstrual, da camada externa para o interior da luz intestinal.

As queixas mais frequentes dessa patologia são dores, principalmente nas laterais, obstrução ou sub-oclusão intestinal e sangramento.

O diagnóstico da endometriose é feito pela visualização das lesões, principalmente por videolaparoscopia. O diagnóstico clínico é feito por suspeita com relação aos sintomas apresentados pela paciente.

A ecografia com preparo intestinal é um importante auxiliar no diagnóstico dessa patologia, direcionando a conduta cirúrgica. Na maioria das vezes, associa-se com a ressonância nuclear magnética para programação terapêutica.

O acometimento intestinal pode ser parcial, atingindo as camadas de fora da alça (serosa e muscular) ou total, comprometendo também a mucosa. O diagnóstico diferencial é com carcinoma primário, diverticulite, doença intestinal inflamatória crônica e síndrome do cólon irritável. A principal complicação desse tipo de endometriose é a obstrução intestinal, seguida de sangramento e intussuscepção.

O tratamento conservador da endometriose intestinal é feito com medicações hormonais, as quais tentam estabilizar o ambiente hormonal, inibindo as alterações cíclicas do endométrio ectópico. De um modo geral, essa conduta não tem bons resultados, devendo ser empregada somente nos casos de ausência de complicações.

O tratamento cirúrgico é o de escolha para resolução definitiva da doença. Os seus objetivos são remover completamente a lesão, restaurar a anatomia normal e promover o retorno da função fisiológica. Pode ser feito com ressecção da lesão, ressecção do segmento intestinal e associado com a retirada do útero, ovários e trompas.