Falha Repetida de Implantação

A implantação embrionária é um processo biológico altamente complexo, sincrônico e especializado, que envolve a participação ativa do embrião e também do endométrio. É necessário que o embrião se desenvolva normalmente até o estagio de blastocisto e que o endométrio esteja receptivo, janela de implantação. O sucesso da implantação depende tanto da qualidade do embrião quanto da receptividade endometrial. Juntos e de forma harmoniosa, produzirão diversas proteínas responsáveis pelo perfeito dialogo entre esses.

As falhas de implantação são consideradas a maior causa de infertilidade em mulheres sem problemas aparentes, e quando a implantação não ocorre apos a fertilização in vitro, caracteriza-se falha repetida de implantação.

A falha repetida de implantação embrionária e a ausência do hCG, ou seja, o teste de gravidez negativo. Muitos autores consideram repetidas ou recorrentes três falhas seguidas, outros consideram dois insucessos como diagnóstico de falha de implantação.

As causas dessa situação podem estar relacionadas ao embrião, ao endométrio ou a ambos. Como fatores relacionados ao endométrio, os principais são: endometriose, alterações de substancias importantes para a janela de implantação e resistência a progesterona; hidrossalpinge, pela aposição do fluido tubário dentro da cavidade uterina e redução na produção de algumas substancias endometriais; miomas, pela distorção do útero como um todo ou obstrução do colo ou trompas e pólipo endometrial, pela interferência mecânica e diminuição dos receptores de progesterona. Outras alterações uterinas menos frequentes são a endometrite, adenomiose, alterações de coagulação como as trombofilias e síndrome antifosfolipide e fatores imunológicos.

Com relação aos embriões, as anomalias cromossômicas como as aneuploidias são frequentes nos casos de falhas repetidas de implantação, mesmo para aqueles com boa evolução, com morfologia e desenvolvimento normais. Outra causa relacionada ao embrião e o endurecimento anormal da membrana que o reveste chamada zona pelúcida.

A utilização das medicações para indução da ovulação podem levar a alterações na receptividade uterina, principalmente se os níveis de estrogênio estiverem muito altos. Essa situação está relacionada a sensibilidade individual e não a um numero absoluto.

Os tratamentos estão vinculados as causas das falhas repetidas de implantação, se elas são definidas ou mesmo passiveis de resolução sem comprometimento maior de todo o organismo da mulher. Muitas vezes o motivo não é determinável e nesses casos a individualização e fundamental para o sucesso futuro.