Infertilidade Conjugal – Tratamento

A infertilidade conjugal é uma patologia moderna que vêm aumentando sua incidência ao longo dos anos. A dificuldade de conseguir engravidar atinge cerca de 10 a 15% dos casais em idade reprodutiva. No Brasil estima-se que 500mil casais apresentem esse problema.

Alguns fatores são apontados como os principais responsáveis pelo declínio global da fertilidade: mudança do comportamento reprodutivo da mulher que postergou o desejo de engravidar em favor da vida profissional, com isso aumentou o risco de aparecimento de patologias ginecológicas que contribuem para a diminuição da reserva ovariana; piora da qualidade do sêmem e dos óvulos como consumo excessivo de álcool, tabagismo e exposição a fatores ambientais entre outros.

Após um ano tentando engravidar, 85% dos casais alcançaram a gravidez. Para aqueles que não conseguiram seu desejo, é necessária uma investigação para definir se existe algum problema dificultando a gravidez. O casal será submetido a uma série de exames laboratoriais e de imagem com esse propósito. Não podemos nos limitar ao homem ou a mulher, pois o problema pode ser com qualquer um independentemente e também pode comprometer os dois.

Os tratamentos disponíveis estarão diretamente ligados à causa da infertilidade. Sempre procuramos um tratamento no qual o casal terá melhores chances de engravidar com menos manipulação possível.

Fazem parte do tratamento as orientações alimentares; controle adequado das patologias crônicas associadas como hipertensão, diabetes, tireoidopatias entre outras; uso de ácido fólico para o casal como prevenção de malformações do sistema nervoso do embrião. A acupuntura auxilia tanto na melhora da qualidade ovulatória como no equilíbrio físico e emocional da mulher.

Um dos pontos mais importantes no acompanhamento e também no tratamento dos casais inférteis é evitar uma mudança muito significativa nos seus hábitos de vida. Precisamos lembrar que se momento gera muita ansiedade, com interferência na dinâmica familiar e aumentando as possibilidades de desavenças. As mudanças na rotina  pode trazer insegurança para algum deles ou para os dois, aumentando ainda mais a ansiedade. Essa situação diminuirá as chances de engravidar, instalando um ciclo vicioso. A ação médica nesse ponto visa interromper esse processo. Para isso, uma das atitudes mais pertinentes é a manutenção da rotina do casal.

Dividimos o tratamento em indução de ovulação para coito programado e reprodução assistida. A indução da ovulação consiste em administrarmos medicação hormonal, quer seja por via oral ou injetável, para promover a ovulação e melhorar a qualidade do óvulo. Todas as mulheres apresentam alguns meses no período de um ano com alguma alteração na ovulação. A indução da ovulação compensará essa alteração fisiológica, mantendo com chance real de gravidez naquele mês.

A reprodução assistida engloba a inseminação intrauterina e a fertilização in vitro. Essas duas técnicas tem indicações precisas, que quando bem indicadas, produzirão boas possibilidades de engravidar. A inseminação intrauterina é uma técnica que consiste na preparação do sêmem e sua colocação dentro do útero. É uma técnica relativamente simples e indolor para a mulher. A fertilização in vitro consiste na retirada dos óvulos após indução da ovulação, a colocação de um espermatozoide dentro de cada óvulo utilizando para isso um microscópio específico, acompanhamento da evolução do embrião no laboratório e sua transferência para o útero. A retirada dos óvulos é feita com sedação leve e através de ultrassom transvaginal. Tanto para a inseminação intrauterina como para a fertilização in vitro, promovemos a indução da ovulação com medicações hormonais injetáveis, pois elas possuem melhor controle de dose e de efeitos colaterais, além de maior número de óvulos no caso da fertilização.

A avaliação de cada caso tem que se individualizada e feita por profissional capacitado. Isso é fundamental para decisão do melhor tratamento, promovendo melhores chances de engravidar.