Indução da Ovulação : Ciclo Natural e Minimamente Induzido

O aparecimento das gonadotrofinas e análogos e antagonistas do GnRH, além da evolução da embriologia e as novas gerações de meios de cultura permitiram a melhora das técnicas de Reprodução Assistida e demonstrou que as possibilidades de sucesso num ciclo de Fertilização in Vitro são significativamente maiores quando se transfere mais de um embrião.

Os diferentes protocolos de estimulação ovariana desenvolvidos visam á obtenção de vários óvulos e também de múltiplos embriões. Como toda medicação, as utilizadas nesses protocolos tem custos elevados e não estão livres de efeitos colaterais desagradáveis, além do estresse emocional e das muitas aplicações por ciclo.

Com o intuito de minimizar os efeitos indesejados e oferecer as pacientes um tratamento mais amigável, muitos autores propuseram a utilização de baixas doses de medicações ou até mesmo sem nada – ciclo natural.

Os protocolos como o do ciclo natural ou de estimulação mínima tem a vantagem de não utilizar nada ou doses muito baixas de medicações, o que resulta em menor custo e menos efeitos colaterais. Para que as particularidades desses tipos de tratamentos possam ser vantajosas, a indicação da sua utilização precisa ser específica.

O ciclo natural é pouco utilizado em Fertilizações in Vitro devido ás altas taxas de cancelamento, dificuldade de programar a ovulação e a grande possibilidade de não conseguir o óvulo. O ciclo natural modificado é mais utilizado, pois nele usa-se o antagonista do GnRH para evitar a ovulação prematura, a gonadotrofina coriônica para a maturação folicular e eventualmente um suporte de indução com medicações injetáveis em baixas doses.

O protocolo de estimulação mínima é feito com gonadotrofinas em baixas doses durante todo o tempo da indução, bloqueio da ovulação com o antagonista do GnRH e a maturação folicular com gonadotrofina coriônica. Algumas pacientes utilizam também comprimidos de Citrato de Clomifeno com o intuito de diminuir mais as doses dos injetáveis.

Esses protocolos trarão benefícios as pacientes se bem indicados e respeitarem as características individuais de cada mulher. As indicações são para as más respondedoras, aquelas que utilizaram ciclos com medicações em altas doses e não tiveram ou tiveram muito poucos óvulos, e para aquelas com risco elevado de desenvolvimento da Síndroma da Hiperestimulação Ovariana. Outra possível aplicação desse protocolo é na estimulação das pacientes com câncer e que criopreservação os óvulos.