Miomatose Uterina

Os miomas são tumores benignos do útero, os mais comuns do trato genital feminino, acometendo 80% das mulheres negras e 70% das caucasianas e sua incidência aumenta com a idade. Na maioria das vezes são assintomáticos, dependendo do número, tamanho ou localização.

Os sintomas mais comuns são: sangramento vaginal anormal, quando estão localizados dentro do útero, dor pélvica pelo tamanho ou por comprimir os órgãos vizinhos e infertilidade, pela sua localização submucosa ou pela compressão e obstrução das trompas.

O diagnóstico da miomatose uterina é feito pelo exame físico associado aos exames de imagem como o ultrassom e a ressonância nuclear magnética. Esses exames indicam a localização e o número dos miomas, bem como se eles apresentam alteração degenerativa.

O tratamento clínico pode ser feito, porém na maioria das vezes ele é temporário, levando a complementação cirúrgica posteriormente. A retirada dos miomas pode ser por histeroscopia se forem submucosos ou por laparotomia ou videolaparoscopia se estiverem na parede do útero (intramural) ou do lado de fora (subseroso).

A evolução da medicina e a participação mais ativa das mulheres na sociedade direcionou o tratamento a buscar técnicas menos invasivas e que permitam o retorno mais rápido as suas atividades, com menos dor e cicatrizes menores. A cirurgia de escolha para tratar dos miomas é a miomectomia via laparoscópica, desde que o volume do útero não ultrapasse o de uma gestação de 14 semanas, o mioma maior tenha menos que 7,0 cm e não tenha mais que quatro nódulos.

Com relação à fertilidade, a miomectomia laparoscópica também é a melhor escolha, pois apresenta menor perda sanguínea e menor tempo de internação, com chances reduzidas de formação de aderência e comprometimento de outros órgãos. Quando comparada com a laparotomia, a miomectomia laparoscópica apresenta maior taxa cumulativa de gravidez, maior taxa de nascidos vivos por ciclo e menor tempo para a primeira gravidez após o procedimento.

Toda paciente portadora de miomatose uterina precisa ser avaliada individualmente para a escolha do melhor tratamento e do momento que ele será realizado.